quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Pensamento Educacional de Platão e Aristóteles


O que fez Platão foi formular a distinção entre o saber exterior, emprestado, pregado à consciência, porém exterior a ela, sem penetrá-la, sem estruturá-la, saber de pedantes, aparência de saber, alucinação de saber, falsa erudição, e um saber interior, nascido da própria pessoa, constituído paralelamente ao próprio amadurecimento da consciência, no qual a erudição, quando existe, não é mais do que o subproduto natural de um saber que está orientado à formação da alma.
Um saber que não serve à formação é aquele com o qual se mantém uma relação exterior ou, em outras palavras, um saber que se aprende, no qual se adquire algo que antes não se possuía, mas aquilo que é adquirido se apresenta como pregado, sem perpassar a consciência, sem constituí-la, sem estruturá-la ou modificá-la, mas sempre exterior a ela, sem relação alguma com aquele que sabe um saber deslocado de quem sabe, um saber que produz pedantes, quiçá eruditos, porém não pessoas educadas em uma relação viva e constituinte com o saber.
As operações filosóficas de regulamentação e de reforma do saber encontram-se intimamente relacionadas com esse otimismo socrático que Nietzsche diagnosticou em O nascimento da tragédia e que se poderia considerar como o fundamento desse avanço racionalista constitutivo do nosso sentido comum. 
O otimismo socrático consiste em certa moralização do saber, impulsionada pela confiança na inteligibilidade da existência e na possibilidade de sua reforma. O que o Filósofo sustenta é a possibilidade de mudá-lo.
A tese de Nietzsche parece ser que a de que a operação socrático-platônica abre a época em que ainda vivemos como o tempo da pedagogia, isto é, como a quadra caracterizada por um desígnio otimista e progressivo em relação à existência, e onde a regulamentação, a reforma e a transmissão do saber seriam seus instrumentos essenciais.
Tal desígnio não é outra coisa que a convicção de que o saber “é capaz não só de conhecer, mas de corrigir o ser” e na crença de que o conhecimento “tem a força de uma medicina universal”.
“A educação, para Aristóteles, é um caminho para a vida pública”. Cabe à educação a formação do caráter do aluno. Perseguir a virtude significaria, em todas as atitudes, buscar o “justo meio”. A prudência e a sensatez se encontrariam no meio-termo, ou medida justa – “o que não é demais nem muito pouco”, afirma Aristóteles.
Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas têm uma finalidade. É isso que, segundo o filósofo, leva todos os seres vivos a se desenvolver de um estado de imperfeição (semente ou embrião) a outro de perfeição (correspondente ao estágio de maturidade e reprodução). Nem todos os seres conseguem ou têm oportunidade de cumprir o ciclo em sua plenitude, porém. Por ter potencialidades múltiplas, o ser humano só será feliz e dará sua melhor contribuição ao mundo se desfrutar das condições necessárias para desenvolver o talento. A organização social e política, em geral, e a educação, em particular, têm a responsabilidade de fornecer essas condições.


2 comentários:

  1. Aristóteles achava que todas as nossas ideias e pensamentos tinham entrado em nossa consciência através do que víamos e ouvíamos. Mas nós também temos uma razão inata. Temos uma capacidade inata de ordenar em diferentes grupos e classes todas as nossas impressões sensoriais. É assim que surgem conceitos como os de pedra, planta, animal e homem. Para ele a razão era precisamente a característica mais importante do homem. Só que nossa razão permanece totalmente "vazia" enquanto não percebemos nada.

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  2. Nas críticas e elogios realizados por outros pensadores no decorrer do tempo com a intenção de levar o leitor à reflexão acerca da catastrófica política de educação adotada no país, que conduziu principalmente a educação pública para a beira de um abismo, já que os interesses de poucos sobrepõem os da maioria, além de ser marcado o descaso e corrupção que acontece em nossso país. Para Aristóteles, entendia que nossas ideias e pensamentos tinham entrado em nossa consciência por meio do que enxergavamos e ouvíamos, mas o homem tem uma razão inata. Uma capacidade de ordenar em diferentes grupos e classes todas as nossas impressões sensoriais. Para ele a razão era a característica importante do homem.

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